quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Cecília Corujo - Prémio Casa da Artes de Tavira 2015-2016


Cecília Corujo, Paintingland (expectativas). Óleo s/ tela, 200 x 150 cm, 2014.

«Paintingland (expectativas) nasceu de uma necessidade pessoal – uma necessidade de afirmação das possibilidades da criação e prática pictórica. A bandeira com o espectro cromático é a exclamação de uma técnica que, dita tradicional, é ainda hoje relevante pela maneira como possibilita a materialização e a tradução de um imaginário pessoal, sem mediações tecnológicas. A bandeira representa a Pintura como resistente e a montanha simboliza a evasão que a pintura permite, pelo seu carácter solitário. Paintingland é a resposta positiva perante o futuro por parte de um jovem pintor, face aos seus receios e expectativas.
Forma de expressão tradicional num mundo controlado pelos novos media e pela virtualização da imagem.
A pintura tornou-se cada vez mais uma forma de resistência à crescente virtualização que, é, hoje, quase absoluta nos meios de comunicação, na forma como são trocadas experiências imagéticas e, por isso, “o querer agarrar a matéria” é considerado uma forma melancólica de encarar a realidade e o futuro (…)
(…) A obra no seu total pode ser considerada como um projeto melancólico, uma resistência utópica, mas este projeto é, acima de tudo, resultante de um pensamento claramente contemporâneo, um projeto pessoal, não necessariamente inovador técnica ou formalmente, mas transmissor de um imaginário particular numa perspetiva única do mundo que se expõe e propõe» (Cecília Corujo, 2015). 

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