Cecília
Corujo, Paintingland (expectativas). Óleo s/ tela, 200 x 150 cm, 2014.
«Paintingland (expectativas)
nasceu de uma necessidade pessoal – uma necessidade de afirmação das
possibilidades da criação e prática pictórica. A bandeira com o espectro
cromático é a exclamação de uma técnica que, dita tradicional, é ainda hoje
relevante pela maneira como possibilita a materialização e a tradução de um
imaginário pessoal, sem mediações tecnológicas. A bandeira representa a Pintura
como resistente e a montanha simboliza a evasão que a pintura permite, pelo seu
carácter solitário. Paintingland é a resposta positiva perante o futuro por
parte de um jovem pintor, face aos seus receios e expectativas.
Forma de expressão tradicional
num mundo controlado pelos novos media e pela virtualização da imagem.
A pintura tornou-se cada vez mais
uma forma de resistência à crescente virtualização que, é, hoje, quase absoluta
nos meios de comunicação, na forma como são trocadas experiências imagéticas e,
por isso, “o querer agarrar a matéria” é considerado uma forma melancólica de encarar
a realidade e o futuro (…)
(…) A obra no seu total pode ser considerada como um
projeto melancólico, uma resistência utópica, mas este projeto é, acima de
tudo, resultante de um pensamento claramente contemporâneo, um projeto pessoal,
não necessariamente inovador técnica ou formalmente, mas transmissor de um imaginário
particular numa perspetiva única do mundo que se expõe e propõe» (Cecília
Corujo, 2015).
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